Mesmo afastada dos shows na última década, ela continuava presente: diferentes gerações emprestaram a voz ao repertório de Rita e 80% dos ganhos da cantora com direitos autorais nesses 10 anos vieram de canções interpretadas por diferentes artistas em shows, na TV, no rádio.

As músicas de Rita Lee também fizeram sucesso com outros cantores. A mulher brasileira que mais vendeu discos no país tem registradas, oficialmente, 315 músicas e 638 gravações.

O grande parceiro dela na vida também foi na música: Roberto de Carvalho foi um dos que mais cantaram Rita e, juntos, eles fizeram, por exemplo, nascer um clássico, baseado em uma crônica de Arnaldo Jabor: “Amor e Sexo”.

“Eles pegaram frases soltas, montaram, acrescentaram umas frases e aí, eu adorei. A música ficou linda”, vibrou Jabor em entrevista em 2006.

“Mania de Você” é a canção mais gravada da estrela do rock. Mas nessa lista também está uma obra que a roqueira compôs em cinco minutos, depois de um sonho: “Baila Comigo”.

“As Frenéticas foram quase um acaso, porque eram garçonetes que queriam cantar. Eram seis garçonetes abusadas – atrizes, bailarinas desempregadas – e eu fiz uma letra e mandei para a Rita. A música era ‘Perigosa’: ‘Eu sei que eu sou bonita e gostosa’. E a letra que eu mandei para a Rita terminava: ‘Eu vou fazer você ficar louco, louco, louco, muito louco’. Ponto. E a Rita acrescentou: ‘dentro de mim’. Foi genial. Isso é 90% da música”, conta Nelson. A mulher que fazia tudo o que queria fazer morreu tendo vivido como quis:

“A sorte de ter sido eu, de ter sido quem sou, de estar onde estou não é nada se comparada ao meu maior gol. Sim, acho que fiz um monte de gente feliz”, escreveu ela no final de sua primeira autobiografia.

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