Empresários de ônibus também foram condenados na Lava-Jato. Maior pena é de Jacob Barata, o 'Rei dos Ônibus'.
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral foi condenado pela 16ª vez por crimes investigados pela Operação Lava Jato.
Dessa vez, o juiz Marcelo Bretas condenou Cabral a 19 anos e 9 meses de prisão por corrupção passiva, no processo da Operação Ponto Final 1. Com isso, a pena total do ex-governador chega a 321 anos, 1 mês e 18 dias de prisão.
Pessoas que pertenceram ao alto escalão da Fetranspor, a federação das empresas de ônibus do Estado do Rio; e do Rio Ônibus, o sindicato as empresas de ônibus do município do Rio, também foram condenadas.
O ex-governador Sérgio Cabral é conduzido pela PF no dia em que prestou novo depoimento e admitiu esquema de pagamento de propina — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo
A maior pena foi do empresário Jacob Barata Filho, conhecido como o “Rei dos Ônibus”: 28 anos e 8 meses de prisão.
O processo contra José Carlos Lavouras, que foi presidente do Conselho de Administração da Fetranspor, foi desmembrado porque ele está em Portugal.
Em relação a Lélis Teixeira, o processo foi suspenso porque ele fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Também foram condenados neste processo:
Cinco réus foram absolvidos pelo juiz Marcelo Bretas.
O que diz a denúncia
Segundo a denúncia do MPF, integrantes do alto escalão da Fetranspor pagaram, entre 2010 e 2016, R$ 144,7 milhões em propina ao então governador Sérgio Cabral em troca de uma “boa vontade” do governo na análise dos atos que pudessem beneficiar o setor de transportes.
Na sentença, o juiz Marcelo Bretas cita dois decretos de 2014 que concederam 50% de desconto no IPVA para empresas de ônibus e redução em 100% da base de cálculo do ICMS na prestação de serviços de transporte rodoviário intermunicipal de passageiros.
De acordo com a Lava Jato, os valores milionários recebidos a título de propina foram ocultados e movimentados ao largo do sistema bancário oficial, recolhidos nas garagens de empresas de ônibus vinculadas à Fetranspor e custodiado em empresas transportadoras de valores. A propina chegava até os agentes políticos após serem guardados ou ocultados nas transportadoras.
Outro lado
Em nota, a defesa de Sérgio Cabral diz que não concorda que o ex-governador, "na qualidade de colaborador da Polícia Federal seja condenado a pena máxima".
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Fonte: GloboNews