As declarações de ontem do ex-funcionário do Hospital Padre Zé, Samuel Segundo, são chocantes. Elas têm circulado e repercutido nas redes sociais. Pesam contra aqueles que são implicados pelo relato objetivo e incisivo, notadamente o ex-diretor geral do hospital, padre Egídio de Carvalho Neto.
Mas muitos dos detalhes dados por ele não são o objeto principal da investigação em curso capitaneada pelo Gaeco. Estão sendo também apurados, mas não são o ponto central.
Há alvos e situações, sendo analisadas pelos investigadores, que são considerados mais urgentes e relevantes para o caso – que incluem, por exemplo, a investigação sobre o destino dos milhões em dinheiro público direcionados para a unidade nos últimos anos na Paraíba; assim como a forma como foram obtidos os imóveis de luxo, bens sofisticados e a vida luxuosa, aparentemente destoante da função ocupada, mantida pelo religioso.
Um levantamento feito pelo Blog Conversa Política, do Jornal da Paraíba, mostra que somente nos últimos 5 anos foram R$ 290 milhões em emendas e programas direcionados ao hospital e também ao trabalho de assistência social desenvolvido.
O destino desse montante, e também das doações particulares, têm intrigado os investigadores. Da mesma forma que os R$ 13 milhões obtidos em empréstimos pelas entidades. A descoberta de como esses recursos foram usados pode, mais à frente, trazer para a investigação mais envolvidos.
No caso de Samuel, destaco alguns pontos.Investigado pelo sumiço de dezenas de aparelhos celulares doados à instituição, ele afirmou que não houve ‘furto’ dos equipamentos, mas sim a venda de parte dos produtos feita por ele sob as ordens do padre Egídio. Samuel Segundo diz estar recebendo ameaças de morte e, por isso, decidiu falar.
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Fonte: Jornal da Paraíba